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3 Mitos para evitar se quiser deslanchar seu negócio

A princípio, alguns dizeres e pensamentos são tão difundidos que nem sequer os questionamos, não é mesmo? Mas quando se trata da nossa formação, nosso negócio e forma de gestão, é de suma importância agirmos para evitar que alguns erros comuns.

Até porque, é bem provável que estes erros sejam os responsáveis por clientes insatisfeitos, estratégias defeituosas, ou demais consequências negativas que possam vir a afetar uma empresa de qualquer ramo de atendimento.

Afinal, de alguns equívocos é mais fácil se recuperar, enquanto outros podem ser devastadores. Justamente por isso, listamos aqui três mitos que você deve evitar se quiser que seu negócio deslanche.

1º Mito: nos negócios tudo deve ser tech 

Atualmente, em qualquer direção que você olhar irá encontrar informações sobre o futuro dos negócios, a tecnologia em foco, o crescimento do metaverso, das criptomoedas, o domínio das redes sociais e afins. Porém, lembre-se que tudo precisa ter uma razão.

Ao contrário do que possa parecer o seu primeiro instinto, não comece a inserir qualquer função que lhe pareça tecnológica buscando se adaptar aos tempos atuais. Antes de mais nada, questione alguns pontos importantes, por exemplo:

  • Quem é o seu público?
  • Quem são os consumidores dos seus produtos ou serviços?
  • Qual o seu perfil?
  • Qual o seu comportamento?

Por exemplo, caso você possua um restaurante familiar, frequentado por pais e avós, ou casais de meia idade. Provavelmente, você já observou quantos estabelecimentos deram fim aos cardápios em papel, aderindo apenas a versão digital em QR Code

Ao mesmo tempo que essa ação pode ser vista como uma preocupação ambiental, ao diminuir o uso de papel em prol da utilização do smartphone, ela também reforça o abismo geracional. Tal abismo pode ser visto em diversos setores da nossa sociedade.

Então, trazendo para a questão original: o seu público se beneficiaria dessa atualização? Ou, você veria os seus costumeiros clientes de meia ou terceira idade deixarem o local com o tempo por sentirem uma perda da sua independência ao terem dificuldades de realizar algo tão simples como decidir sua refeição sem ajuda?

Aliás, não basta conhecer e pensar no seu público antes de executar qualquer mudança, ainda é preciso lembrar que novas ações devem vir para solucionar problemas existentes ou aperfeiçoar processos. 

Em outras palavras, pergunte-se se está trazendo uma melhoria efetiva ou apenas adornando os mesmos meios. Ademais, também se a aplicação da tecnologia está sendo feita de maneira correta para atingir os resultados buscados.

Exemplificando, digamos que você tenha uma filial de fast-food e colocou novos ecrãs touch screen para autopedido. Seu objetivo é agilizar o processo, cortando o tempo em filas, certo? Esse é um problema real. 

Agora, se no momento da aplicação foi decidido que todos os pedidos deverão ser feitos digitalmente e que os funcionários em frente aos caixas irão apenas realizar a entrega, o seu propósito se perde.

As filas não ficam menores porque não temos quatro vias de atendimento com dois funcionários mais dois ecrãs. Pelo contrário, o que acontece é que efetivamente nada se modificou e ainda foi criado um sentimento de confusão para todos os possíveis clientes.

Ou seja, nem tudo precisa “ser tech”, mas cada nova mudança deve ser pensada de acordo com a recepção do seu público, a necessidade e o propósito real, bem como a aplicação fundamental para seu sucesso.

2º Mito: é preciso se ultra-especializar

Sem dúvida, você já ouviu falar que é preciso se especializar para se destacar. Tanto para profissionais na construção do currículo, quanto para a criação de novos negócios. 

Inclusive, no inglês, existe até mesmo uma expressão para isso que muitos conhecem: “a jack of all trades is a master of none”. Esse é um insulto que foi dirigido originalmente a Shakespeare, e implica que aquele que se busca conhecimentos diversos, no fim das contas, não é referência em nenhum.

No entanto, o que vem sido levantado ultimamente é que essa frase tão repetida por gerações, está incompleta. A sua versão por inteiro diz “a jack of all trades is a master of none, but oftentimes better than a master of one.” Ou seja, saber um pouco de tudo é ainda melhor que saber muito de um único assunto.

Dessa forma, como dito pela própria revista Forbes, as empresas de sucesso são aquelas que não se limitam a um pequeno nicho hiper específico. Adicionalmente, são as que contratam profissionais com amplos interesses e habilidades.

Isto é, pessoas atualizadas com o que ocorre no mundo a sua volta, que acompanham as maiores trends, possuem habilidades sociais e são capazes de entender o funcionamento de diferentes setores do negócio no qual estão inseridas.

3º Mito: funcionários devem “vestir a camisa do negócio”

Sem dúvida, a ideia de que funcionários dedicados “vestem a camisa da empresa”, e, portanto, devem colocar o seu trabalho acima de qualquer outra área da sua vida, é um mito que permeia a sociedade desde o início da relação de troca de força de trabalho por salário.

É simples entender como chegamos a isso, o excesso de horas trabalhadas sem uma recompensa remunerada é mascarado como dedicação, paixão e boa vontade. Porém, com o passar do tempo, aquilo que se iniciou como algo extra se torna o mínimo esperado.

Dessa forma, ações como chegar 15 minutos adiantado já não é sinal de demonstração de proatividade para destacar na antecedência de uma promoção. No lugar, é sinal, apenas de um funcionário que teme a demissão e perda de sua renda, e portanto age como lhe foi instruído.

Inclusive, foi o pensamento de que os profissionais que cumprem as suas funções e a sua carga horária definida por contrato e nada além disso estão cometendo uma grande ofensa que gerou toda a polêmica sobre a nova trend do “Quiet Quitting”

Contudo, essa expressão que significa “se demitindo silenciosamente”, nada mais é do que a resposta daqueles trabalhadores que decidiram não mais se dedicar a ações extras para além das designadas para a sua posição.

Por mais que possa não parecer à primeira vista, não estamos aqui para criar um levante contra o sistema de trabalhos e contratações, ou dizer a todos empregadores que se contentem com funcionários que não se empolgam com a marca que representam.

É justamente o oposto disso. Trazemos esse mito para lembrar algo muito importante que parece ser desconsiderado: antes de profissionais, somos humanos. 

Isso quer dizer que algumas horas a mais trabalhadas além do horário padrão não farão a produtividade aumentar, pois não somos máquinas com uma produção exponencial ao relógio.

Antes de mais nada, trabalhadores são pessoas e precisam de estímulos que despertem a  sua paixão real. Precisam de tempo de descanso e socialização, sentir que sua contribuição tem valor real e é não apenas recompensada como reconhecida.

Em conclusão, não deixe que mitos enraizados no senso comum nublem a sua mente e ceifem o seu crescimento.

Este texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do Blog Fundacred, onde você pode encontrar conteúdos informativos sobre diversos segmentos como educação, inovação, carreira, entretenimento, entre outros.