O consumo de internet durante a pandemia aumentou drasticamente. O motivo é fácil de imaginar: a conexão com a internet é algo que faz parte do cotidiano de muitos brasileiros, seja para o trabalho ou para o lazer.
Desde 2020, as coisas não têm sido fáceis e muitas pessoas se viram obrigadas a realizar tarefas remotamente, seja para se encontrar com amigos, se divertir ou mesmo trabalhar.
Sim, nem todos tiveram a mesma oportunidade, o ponto não é discutir quem deve ou não ficar em casa.
A ideia é entender os fatores que elevaram o consumo de internet no Brasil e no mundo.
O que muda em relação ao consumo de internet na Pandemia?
Ainda que parte do planeta esteja começando a retomar os planos e as esperanças de voltar à normalidade, o Brasil ainda caminha a passos lentos para a recuperação diante da pandemia.
Nem toda criança voltou para a escola, nem todo adulto trabalha fora de casa. E quanto mais tempo no lar, maior tende a ser o consumo da internet para os mais diversos fins.
Conforme os acessos aumentam, a rede tende a ficar mais congestionada.
Isso pode ocasionar lentidão e até instabilidade, dependendo da infraestrutura do provedor de internet.
No começo da pandemia, não foram poucos os casos de reclamações sobre lentidão nas redes sociais. Quedas também foram registradas, mas nada muito grave.
O consumo dentro e fora do Brasil
Na Europa, lá no começo de 2020, o consumo de internet aumentou em até 40% em países como a Alemanha, França, Reino Unido e Itália.
Isso foi um reflexo das medidas severas de distanciamento social, promovidas para frear a primeira onda da COVID-19.
Se tratando de países de primeiro mundo, é fácil imaginar que não houve maiores problemas, não é mesmo?
É verdade, mas não deixou de inspirar preocupação, a ponto de a Netflix e outras gigantes do streaming cogitaram adaptações na sua infraestrutura para atender melhor à nova demanda.
Felizmente, no Brasil, a infraestrutura de rede é relativamente bem distribuída e está preparada para suportar a alta na demanda. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações, a ANATEL, houve um aumento entre 40% e 50% no uso da internet no Brasil em 2020.
A agência informa que a alta foi ainda maior para servidores internacionais, visto que estes são responsáveis por certos serviços e diversões.
Segundo informações do G1, a Anatel registrou 67 mil reclamações relativas à banda larga, com concentração a partir da segunda quinzena.
Em abril, o volume passou de 74 mil e em maio o número foi semelhante, com mais de 73 mil queixas. No ano passado, houve 50 mil reclamações em março, 48 mil em abril e 47 mil em maio.
Isso não necessariamente reflete problemas na estrutura da rede brasileira, mas sim o congestionamento no tráfego de serviços específicos.
A lentidão ocasional pode acontecer, afinal, o mundo não estava preparado para a pandemia. Mas, as quedas serão raras.
Podemos imaginar que o consumo sofreu oscilações em 2021, com o retorno de certas atividades, mas não significa que houve uma redução expressiva ou que o consumo está próximo do período pré-pandemia.
Felizmente, a capacidade instalada é resiliente e tem sido suficiente para atender o público até então.
Como equilibrar a relação de oferta e demanda da internet neste momento de crise?
Todos estão conectados em uma telinha, assistindo ou fazendo alguma coisa neste momento. Seja para estudar, para trabalhar, assistir a um filme ou mesmo jogar.
O público irá usar a internet cada vez mais daqui em diante.
Não bastasse as tarefas rotineiras, o mercado de Internet das Coisas (IoT) começa a entrar lentamente nas residências brasileiras, aumentando o consumo de internet.
Com mais dispositivos inteligentes conectados, mais banda é consumida.
Ainda assim, o grosso do consumo ainda está nos dispositivos mais comuns: smartphones, computadores, tablets, TVs e consoles de videogame.
Se o consumo de internet continuar no mesmo ritmo e tende a aumentar no futuro, o que fazer?
A resposta está no investimento contínuo em infraestrutura de rede.
Novas tecnologias surgem com o passar dos anos e os provedores de internet são responsáveis por implementá-las.
Sem atualizações, correções e manutenção, a rede brasileira já estaria sucateada há anos.
Felizmente, o futuro se mostra esperançoso em relação à internet no Brasil e no mundo.
Recentemente, o cabo submarino que liga o Brasil à Europa começou a funcionar.
Estima-se que a tecnologia possa reduzir a latência da conexão atual em 50%, já que a estrutura não precisará passar pelos Estados Unidos para só então chegar ao continente europeu, como acontecia até então.
Com iniciativas como essa, podemos esperar novas aplicações e tecnologias na infraestrutura, melhorando a qualidade das conexões e incentivando o consumo de internet a aumentar ainda mais, como uma via de mão dupla.
Quais empresas podem facilitar esse processo?
Os provedores de internet são, sem dúvida alguma, os maiores facilitadores do processo de evolução da conexão no Brasil e no mundo.
As empresas de telecomunicação já aproveitam estruturas umas das outras para oferecer seus serviços, e parcerias do tipo devem fomentar ainda mais este mercado.
É verdade que o mercado brasileiro de telecomunicações ainda enfrenta muitas dificuldades, mas já chegamos longe, se considerarmos como as coisas funcionavam há duas décadas.