Alimentos, combustíveis e energia elétrica estão mais caros e seguem pressionando a inflação no Brasil. Além do poder de consumo, a situação impacta o rendimento dos investimentos.
Para proteger o patrimônio, é recomendável que investidores avaliem a rentabilidade real das aplicações, considerando o desconto inflacionário. Há opções no mercado que se tornam mais atrativas nesse momento.
Entenda mais sobre como funciona a inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,87% em agosto, o maior registro para o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apenas em 2021, o indicador acumula alta de 5,67%, acima da meta proposta pelo Banco Central (BC) de 3,75% para este ano. No acumulado dos últimos 12 meses, no intervalo entre agosto de 2020 e agosto de 2021, o indicador chegou a 9,68%.
Mesmo com a alta do IPCA, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantém a meta de que o país encerrará o ano com a inflação em 3,75%, mantendo 1,5 ponto percentual de tolerância, o que significa um limite aceitável entre 2,25% e 5,25%, conforme informado em boletim divulgado à imprensa no dia 4 de outubro.
Na avaliação do BC, a inflação baixa, estável e previsível é benéfica para a população, que pode planejar o futuro com mais tranquilidade, sem ter a renda corroída, o que favorece o crescimento econômico.
Por isso, desde 1999, a autoridade monetária adota o regime de metas para a inflação. Para alcançá-las são realizadas intervenções diretas na economia.
No contexto atual, a medida usada pelo BC tem sido o aumento da Taxa Selic, que passou por altas consecutivas e chegou a 6,25% em setembro. O Copom informou que a taxa subirá mais até dezembro.
Investimentos mais atrativos
Diante do cenário econômico nacional, a orientação de especialistas da área financeira é optar por investimentos que garantam rentabilidade real e que podem ser encontrados tanto na modalidade renda fixa, quanto na renda variável, o que possibilita oportunidades para os diferentes perfis de investidores.
Dentre os títulos públicos, o Tesouro IPCA+ se apresenta atrativo, uma vez que tem uma parte do rendimento prefixado definido no momento da aquisição e a outra indexada à inflação.
Os ETFs de renda fixa estão entre as opções recomendadas para o momento. Esse tipo de investimento tem conquistado cada vez mais os investidores brasileiros, por funcionar como uma alternativa para a diversificação da carteira.
Trata-se de uma espécie de cesta de ativos que tem o rendimento atrelado a determinado índice. Aqueles que acompanham a rentabilidade de títulos indexados à inflação são os mais recomendados no momento.
Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) também podem se destacar no cenário de alta da inflação, como é o caso daqueles que possuem contratos atrelados ao Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), que acumula alta acima da inflação.
Para definir onde investir, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) orienta o investidor a pesquisar sobre as características de cada aplicação, avaliar o próprio perfil e a finalidade com a qual se investe para assegurar uma boa escolha.