Passagens de ônibus e avião, peças de vestuário, acessórios e demais produtos que não pertencem aos serviços essenciais deixaram de ser comercializados ou apresentaram uma queda brusca nas vendas durante a pandemia do novo coronavírus.
Com isso, muitas empresas de setores que tiveram que encerrar suas atividades presenciais, durante o isolamento social, entraram, rapidamente, em uma crise financeira.
Com o decreto do isolamento, os micro e pequenos empreendedores foram os mais prejudicados, uma vez que eles não possuem alto capital de giro ou reservas para cumprir com todas as obrigações financeiras durante o período.
Para diminuir os danos financeiros causados pela doença, o Governo Federal criou o Programa Emergencial de Suporte a Empregos: uma linha de crédito de R$ 34 bilhões para empresas que têm receita anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões.
O objetivo da medida é que os empreendedores tenham capital para pagar seus funcionários. Sendo assim, o empregador fica proibido de demitir seus colaboradores sem justa causa por, no mínimo, dois meses.
Outra condição é que, para ter acesso ao valor, é necessário que a folha da empresa seja de responsabilidade de uma instituição financeira inscrita no Banco Central.
Cerca de 85% do dinheiro é custeado pela União e os outros 15% são de responsabilidade da instituição financeira.
As taxas de juros permitidas a serem cobradas pelos bancos é de 3,65% ao ano, com um prazo de pagamento de 36 meses e carência de seis.
Sociedades e cooperativas também podem solicitar o montante disponibilizado no Plano Emergencial. Para mais informações, acesse o portal de notícias do Senado.
Aluguel suspenso para lojistas
Outras medidas de suporte aos empreendedores também foram tomadas.
Uma delas foi a suspensão da cobrança de aluguel dos lojistas de shoppings, a pedido da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).
Durante o período de quarentena, as vendas nos centros comerciais foram zeradas por conta do decreto público de isolamento social.
Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) está negociando algumas alternativas de auxílio para o setor com o governo municipal, estadual e federal.
Ela conversa, ainda, com as plataformas móveis de entrega, para que haja uma redução da taxa cobrada dos restaurantes pelos aplicativos. Atualmente, eles pagam até 30% do valor da entrega para os apps.
Alternativas das empresas para superar a crise
Aqueles que não se enquadram nas condições do Programa Emergencial ou que, por alguma razão, não conseguiram adquirir o valor disponibilizado, tiveram que encontrar outras maneiras de manter suas receitas, pelo menos, para o cumprimento de seus compromissos financeiros, além de buscarem preservar, ao máximo, seus funcionários.
A solução mais comum das empresas, até então, foi a adoção do trabalho remoto. Em alguns casos, as companhias disponibilizaram equipamentos e afins para que seus funcionários pudessem trabalhar no sistema home office.
Um exemplo foi o setor de telemarketing, que disponibilizou os aparelhos necessários para os funcionários realizarem os atendimentos de suas casas.
Outro meio que também ganhou destaque durante o isolamento social foi os serviços de delivery e vendas pela Internet.
Mesmo sendo considerados estabelecimentos essenciais, restaurantes, supermercados e farmácias adotaram as vendas on-line e se fizeram presente em plataformas móveis de entrega.
Dessa maneira, pequenos comércios de produtos não essenciais conseguiram manter uma entrada de capital, mesmo durante este período delicado.
Alguns negócios mudaram, inclusive, o segmento de atuação para continuar vendendo durante a quarentena.
Um exemplo é a fabricante Dobra, que produz um material parecido com o papel e, durante o isolamento social, viu as suas vendas caírem rapidamente.
Para contornar a situação, a startup criou um novo site — o Dobraflix — que oferece cursos para funcionários e microempreendedores sobre como manter um negócio saudável.
Serviço de consultoria durante a pandemia
Algumas fintechs de gestão financeira voltada para microempreendedores abriram suas centrais de atendimento para esclarecer dúvidas do público a respeito de como manter sua empresa com as finanças saudáveis.
Os setores jurídicos dessas companhias também estão à disposição para atendimento, explicando sobre as possibilidades de férias antecipadas, pagamentos de décimo terceiro e demais questões financeiras.
Texto: Gear Seo