Lojas fechadas, pessoas confinadas, home office, atividades outdoor suspensas. O novo cenário provocou uma mudança nos hábitos dos brasileiros na internet e o crescimento do e-commerce na pandemia é uma prova disso.
No primeiro trimestre de 2020, foram quase 50 milhões de compras on-line que, juntas, superaram os R$ 20 bilhões.
Um faturamento 26,7% maior do que o mesmo período do ano passado. Os dados estão no relatório do Compre & Confie, empresa de inteligência de mercado, em parceria com o E-commerce Brasil.
O e-commerce já vinha em uma trajetória crescente nos últimos anos, mas é inegável que as mudanças trazidas pelo covid-19 tiveram um impacto significativo, com um salto de 32,6% no número de pedidos, mais que o dobro do atingido no mesmo período do ano passado.
Hábitos de compras e isolamento social
No primeiro trimestre do ano, foram quase 16 milhões de pessoas comprando, o que representa um aumento de 22,8% de consumidores únicos no e-commerce, o maior valor registrado em toda a série histórica para o primeiro trimestre do ano.
O impacto de uma presença cada vez maior do comércio virtual na vida dos brasileiros é que os itens de “segunda onda”, que são aqueles de menor valor agregado como roupas, cosméticos e artigos esportivos, ganham espaço, principalmente em momentos como esse, em que a quarentena acaba provocando uma crise profunda.
Como resultado, observou-se uma redução de 4,5% do ticket médio do período, já que os produtos de “primeira onda”, como eletrônicos e eletrodomésticos, que são mais caros, acabaram ficando em segundo plano.
O comportamento do consumidor em quarentena mostra que, além das compras se concentrarem essencialmente em itens básicos de saúde, higiene e alimentação, outras categorias que não tinham tanta presença no virtual acabaram ganhando espaço, como petshop, brinquedos/bebês e suplementos/esporte e lazer.
O perfil do consumidor de e-commerce mudou?
Ainda que existam mudanças significativas em relação a 2019 e 2018, alguns indicadores continuam intactos. Por exemplo, os responsáveis por movimentar o varejo digital são os consumidores na faixa de 36 a 50 anos.
Talvez devêssemos falar em consumidoras, já que as mulheres são as principais responsáveis pelo alto volume de compras via e-commerce.
Além disso, a região Sudeste segue concentrando grande parte das vendas pela internet, com 65% dos pedidos realizados.
Mesmo antes da crise, os brasileiros já vinham tentando reduzir seu endividamento com compras online e, por isso, 67% das compras feitas no trimestre foram pagas à vista ou parceladas em no máximo três vezes.
Crescimento do e-commerce na pandemia e o meu negócio
O que todos esses números estão dizendo? O que a gente já conseguiu perceber: nesse período de isolamento social, o e-commerce ganhou importância e até se tornou, para muitos, o único canal de vendas.
Colocando mais um número na conta, de acordo com dados da Associação Brasileira de E-Commerce (ABComm), em março surgiram 80 mil novas lojas virtuais. O que isso representa? Que, além de tudo, a concorrência no on-line aumentou.
Muitas lojas físicas de roupas femininas, por exemplo, que tiveram que baixar suas portas da noite para o dia, buscaram oferecer seus modelos de blusas e diversos outros produtos através das redes sociais e lojas virtuais, em alguns casos o retorno foi imediato e inclusive mais lucrativo do que anteriormente
Se você está contando apenas com a conjuntura atual para ter suas vendas pela internet impulsionadas naturalmente, talvez esteja dando sorte para o azar, afinal, se o seu e-commerce demora para carregar ou tem uma navegabilidade ruim, por exemplo, tenha certeza que seu potencial cliente não ficará muito tempo por ali.
Por isso, é preciso também rever as estratégias, investir em campanhas nos meios digitais, em SEO (Search Engine Optimization) e links patrocinados, buscar ferramentas e tecnologias para melhorar a experiência do usuário, criando sites responsivos, enfim, uma série de mudanças para tornar o seu e-commerce realmente relevante.
Para além da necessidade, talvez o que estamos presenciando seja uma mudança de comportamento ainda mais profunda.
Após várias semanas de quarentena, esses hábitos serão incorporados para sempre por esse consumidor pós-pandemia? O e-commerce ganhará espaço definitivo no que passamos a chamar de “novo normal”?
Ainda é muito cedo para dizer, mas o fato é que o setor já vinha em alta e o crescimento do e-commerce na pandemia representa um impulso ainda maior.
Com isso, muitas empresas aceleraram a transformação digital para vender pela internet. Se esse é o caso do seu negócio, confira algumas dicas de como atrair clientes para a loja virtual.