Não é novidade que o compartilhamento de conteúdo audiovisual cresceu exponencialmente nos últimos anos, expandindo-se para o streaming.
A popularização da internet e, em especial, o crescimento da rede mobile, deram lugar para que as plataformas de streaming se tornassem o principal difusor de cultura nos tempos atuais.
Em meados de 2019, uma pesquisa divulgada pela Cuponation mostrou que o Brasil era o sexto colocado no ranking dos países que mais consomem conteúdo via serviços de streaming. O primeiro lugar ficou com a Índia. O estudo ressalta o óbvio: grande parte desse consumo acontece por meio de dispositivos móveis.
Ainda falando sobre o Brasil, somadas, as plataformas de streaming concentram a segunda maior audiência do mercado de entretenimento. Todo esse crescimento foi alavancado nos últimos meses pela pandemia. Com o isolamento social, as pessoas passaram a consumir ainda mais filmes, séries e músicas por meio desses serviços.
Dados da Nielsen alegam que plataformas de live e streaming cresceram 66% nos meses de pandemia. É o maior crescimento dos últimos cinco anos, quando essas mesmas plataformas começaram a crescer.
Projeções de futuro
Como em todo setor em ascensão, a questão que orbita as próximas decisões dos serviços de streaming é a projeção desse crescimento a médio e longo prazo. Isso porque é esperado que o número se estabilize em algum momento, e o total de usuários pare de crescer.
De qualquer forma, muito provavelmente, essa estabilidade não acontecerá a curto ou médio prazo. Mesmo que desconsiderem o crescimento motivado pela pandemia, os mercados que utilizam o streaming como ferramenta ainda têm bastante espaço para crescimento nos próximos anos.
A expectativa é que, até 2022, o tráfego on-line de dados de streaming, ao vivo ao gravado, chegue a 82% do uso da internet. Um dos motivos disso é que plataformas que, originalmente, não ofereciam serviços de transmissão, hoje, as tem como grande aposta.
A exemplo de mudanças recentes, o Instagram aderiu às funcionalidades de lives, reels e IGTV. Ao mesmo tempo, novas redes sociais vêm surgindo e se popularizando, como o TikTok.
Crescimento dos podcasts
Na mesma curva de crescimento de novos aplicativos e funções, formatos diferentes fomentam o crescimento do mercado de streaming. O maior exemplo disso são os podcasts. Segundo levantamento da Voxnest, o crescimento da produção de podcasts no país foi de 85% em 2019.
Essa mesma pesquisa aponta um dado curioso sobre o cenário de podcasts no Brasil. Tudo indica que os maiores podcasts em atuação no país são feitos por pessoas e organizações que já tinham uma audiência conquistada em outros tipos de plataformas.
Por exemplo, muitos youtubers e influenciadores criaram um canal de podcast, trazendo consigo legiões de seguidores. O mesmo aconteceu com jornalistas, portais de notícias grandes e até estabelecidos em outras mídias, inclusive, a impressa.
Por um lado, isso demonstra que o podcast é um meio dominado pelos mesmos agentes já presentes na produção de conteúdo, bem como formadores de opinião. Por outro, confirma que os serviços de streaming on-line, no geral, continuarão crescendo. O maior desafio agora, talvez, seja entender quais plataformas serão as mais utilizadas no futuro.
O início da internet, enquanto meio de comunicação, foi marcado por serviços distintos, com funcionalidades complementares. Enquanto blogs servem quase que exclusivamente para texto, os fotologs focaram em fotografia e nenhum deles oferecia serviço de mensagens. Para tal, era necessário um terceiro serviço.
Na última década, porém, o que observamos foi o surgimento de plataformas que incorporaram áudio, foto, vídeo e serviço de mensagens, seguida da adesão do streaming, tudo em mesmo serviço. Assim, viu-se uma internet cada vez menos especializada.
Texto: Gear Seo