Mesmo que você nunca tenha experimentado, com certeza, já viu alguém tomando uma bebida com espuma em uma caneca, não é mesmo? No Brasil, o Moscow Mule ficou conhecido como o drink da canequinha e pode ser encontrado em praticamente todos os bares.
Ele é um dos drinks em alta e possui diferentes versões em todo o mundo. A história do Moscow Mule é repleta de variantes, mas não deixa de ser uma lição de empreendedorismo e sucesso.
Conheça a história do Moscow Mule
O drink possui referência russa, mas originou-se em solo americano, em meio à Guerra Fria. A primeira versão da história é a seguinte: em 1939, John G. Martin adquiriu os direitos da Smirnoff nos Estados Unidos, quando a marca estava prestes a entrar em falência.
Na mesma época, Jack Morgan, dono do Cock’n’Bull, um bar em Hollywood, estava com um estoque encalhado de cerveja de gengibre. Os dois empreendedores eram amigos e, quando se encontraram, compartilharam as dificuldades que estavam tendo.
Isso porque ninguém gostaria de beber uma vodka Russa no cenário político da época, e Morgan estava com o seu estoque parado. Na tentativa de juntar o útil ao agradável, eles misturaram Smirnoff, cerveja de gengibre, suco de limão e gelo, criando a receita original do Moscow Mule.
Entretanto, existe outra versão, que aponta o bartender Wes Price como criador do drink. Price trabalhava no Cock’n’Bull e estava tentando criar uma bebida para desovar o estoque de cerveja de gengibre. Ele serviu o Moscow Mule ao ator Broderick Crawford, e foi assim que o drink se tornou popular.
Onde entra a caneca nessa história?
A caneca de cobre é o principal símbolo do Moscow Mule, e existem duas versões sobre a sua utilização no drink. Uma delas diz que a russa Sophie Berezinski foi aos Estados Unidos com um estoque de duas mil canecas, pois não estava conseguindo vendê-las em seu país.
Quando chegou nas terras americanas, ela teria tido a sorte de encontrar John G. Martin e Jack Morgan na noite em que estavam desenvolvendo o drink. Dessa forma, teria participado do processo alquimista para a criação da nova bebida, fornecendo as canecas, com uma mula dando coice, gravada em sua superfície.
A outra versão da história revela que uma namorada de Martin, Ozaline Schmidt, tinha herdado uma fábrica de cobre. Ao ouvir a conversa dos dois amigos, ela ofereceu-se para fazer parte do negócio, produzindo as canecas.
Confira a estratégia de marketing utilizada
Depois de sua criação, em 1941, o Moscow Mule passou a fazer parte do cardápio de diferentes bares. Contudo, afinal, como o drink tornou-se tão popular em todo o mundo? Uma jogada de marketing foi essencial para isso.
Em 1947, a câmera fotográfica Polaroid foi lançada, sendo um marco eletrônico muito importante para a época. Para aproveitar a tendência, John G. Martin comprou um exemplar e começou a visitar diversos bares no sudoeste dos Estados Unidos, ensinando a receita do Moscow Mule.
Depois de ensinar a receita, ele pedia para o bartender posar para uma foto, segurando uma garrafa de Smirnoff em uma mão e, na outra, a canequinha com o drink. Dessa forma, o empresário passou a juntar diversas imagens, usando-as como prova de seu case de sucesso.
Com esse material em mãos, ele conseguiu convencer mais estabelecimentos a colocar a bebida no cardápio. A estratégia foi bem-sucedida, e o Moscow Mule tornou-se um drink comum em todo o solo americano.
Veja a versão brasileira do Moscow Mule
A receita original do Moscow Mule usa apenas quatro ingredientes: vodka, cerveja de gengibre, suco de limão e gelo. Entretanto, é possível encontrar versões com tequila, bourbon e até whiskey irlandês.
A versão brasileira foi criada pelo bartender Marcelo Serrano, em 2009. Como era muito difícil encontrar a cerveja de gengibre no Brasil, ele substitui o ingrediente por uma espuma feita com a raiz, que é utilizada na finalização do drink.
Por isso, é muito comum encontrar a versão da bebida com espuma no Brasil. Entretanto, a receita original continua sendo um sucesso nos outros países do mundo.
Texto: Gear Seo