Se você tem um gato em casa, certamente, já presenciou uma cena nada agradável durante o convívio com o seu gatinho: ao acordar e abrir a porta do seu quarto, deparou-se com um animal, geralmente, morto, colocado ali pelo seu pet. Trata-se de um “presente” para lá de indesejável.
Quando saem de casa, os felinos costumam caçar uma enorme variedade de bichos. Eles têm o hábito de capturar ratos, pássaros pequenos, baratas, lagartixas e até morcegos. Essa prática tem origem nos instintos primitivos do animal e até em uma motivação “carinhosa” por trás. Conheça um pouco mais sobre isso abaixo.
Instinto de caçador
Primeiro, é necessário entender porque o gato tem essa atitude. Antes deles serem domesticados e conviverem com os seres humanos, há cerca de 10 mil anos, os gatos eram animais predadores, assim como os demais felinos.
A anatomia deles foi desenvolvida para que pudessem caçar: dentes afiados, visão noturna, garras retráteis, patas macias, que fazem pouco barulho, flexibilidade e agilidade nos movimentos — características que permitissem eles capturarem outros animais.
Então, as mães ensinam os filhotes, desde muito pequenos, a caçar e procurar seus alimentos sozinhos, tudo por questão de sobrevivência. Primeiro, elas trazem os animais já mortos para os filhos, para que eles possam comê-los. Após um tempo, passam a trazer a caça ainda viva, para que os filhotes possam matá-los.
Dessa forma, os filhos vão entendendo o que é necessário para que conquistem a própria comida, e esse ensinamento vai passando às demais gerações, como também pode ser observado nas demais espécies de felinos.
Você deve-se perguntar, então, porque eles continuam fazendo isso, já que convivem com os humanos há tanto tempo. Na verdade, apesar de 10 mil anos parecerem muito, representam um período curto em termos evolutivos, sendo insuficiente para que eles “desaprendam” o hábito.
Motivação ‘carinhosa’ dos gatos
Ao trazer um animal morto ou vivo para você, o gato está tentando replicar esse ensinamento. Ele já percebeu que você não tem o costume de caçar, portanto, pensa que você não sabe como fazer ou não se alimenta.
Assim, há uma motivação “carinhosa” por trás do ato: ele quer ensinar isso para o filhote com quem ele convive, no caso, você. É um ato protetor, com ele agindo como um professor para ensiná-lo a conquistar o próprio alimento.
Soluções possíveis
Mesmo que seja um ato visando o seu bem, a verdade é que nenhum dono gosta de receber esse tipo de presente. Surge a dúvida, então, de como lidar com essa situação.
O primeiro passo é se livrar rapidamente dos animais que ele trouxer, estejam eles vivos ou mortos. Caso os “troféus” não sejam jogados fora, o felino pode interpretar que não tem problema em continuar fazendo isso e manterá o hábito. Lembre-se de usar um par de luvas antes de se livrar do animal, por questões higiênicas.
Você também pode tentar prevenir esse tipo de situação. Uma forma de garantir isso é não permitir que o gato saia de casa, trancando todas as janelas e as portas. No entanto, essa atitude não é prática e nem sempre pode ser realizada, sobretudo, se o animal já tem o costume de passear.
Outra possibilidade é estimulá-lo mais durante o dia, por meio de brincadeiras. Você pode recorrer às atividades na qual ele caça brinquedos de borracha, por exemplo, ou brinca com outros gatos. Esse tipo de rotina pode deixá-lo mais cansado, portanto, com menos disposição para sair de casa e caçar.
Ainda há até uma maneira de você frustrar a caça dele, colocando uma coleira com sininho no animal. Assim, sempre que ele se movimentar, fará barulho. Isso servirá como alerta para os demais animais, como passarinhos, permitindo que eles tenham tempo para fugir, impedindo de serem capturados pelo gato.
Texto: Gear Seo