A atual pandemia de COVID-19 já deixou quase 2 milhões de pessoas infectadas e matou mais de 124 mil, em 186 países, até o dia 14 de abril.
A quarentena forçada em inúmeros países vem provocando impactos econômicos de dimensões ainda imprevisíveis nos mais diversos setores. Apesar das consequências, o isolamento social, hoje, implica o benefício maior de conter a disseminação do coronavírus e impedir o colapso dos sistemas de saúde de cada país.
O mundo dos esportes é uma das áreas afetadas pela pandemia. O adiamento dos Jogos Olímpicos em Tóquio, para 2021, e a interrupção mundial de inúmeros campeonatos, desde futebol e basquete até vôlei e boxe, foram alguns efeitos da quarentena obrigatória que ocorre em boa parte do globo atualmente.
Negociações com funcionários e atletas
Os clubes de futebol vivem diferentes contextos no que se refere à situação econômica. Com a proibição da aglomeração de pessoas e a suspensão de campeonatos, a receita caiu desde o início da quarentena, o que vem exigindo negociações entre os clubes e quem trabalha neles.
O que vem sendo feito em diferentes áreas do mundo é o acordo entre o clube e seus atletas. A situação é ainda mais delicada com a saída de alguns patrocinadores, que também procuram meios de manter seus caixas sem precisar demitir funcionários.
Clubes internacionais
O clube espanhol Barcelona anunciou o corte dos salários de seus jogadores em até 70% — incluindo o de Lionel Messi, argentino eleito 6 vezes o melhor jogador do mundo no futebol masculino.
Outro clube que também anunciou a diminuição de salários foi o francês Paris Saint Germain (PSG), que garantiu o pagamento de 70% da remuneração de seus jogadores, adotando o regime de “desemprego parcial”. O Real Madrid anunciou que ainda mantém os pagamentos totais.
Na Inglaterra, a Associação de Futebolistas Profissionais (PFA) solicitou reunião de emergência para discutir a questão salarial, que já está alcançando clubes das divisões inferiores, a exemplo do Birmingham. No Leeds, jogadores, técnicos e diretores abdicaram de seus salários para ajudar o clube.
Clubes brasileiros
Alguns clubes de elite brasileiros já anunciaram a redução do salário de jogadores durante a pandemia, como é o caso do Fortaleza e o Atlético Mineiro. O Atlético Goianiense já vinha passando por crises econômicas antes do início da pandemia e, até o começo de abril, ainda não tinha respostas sobre o que faria para tentar equilibrar suas finanças.
Alguns clubes tentaram reduzir o salário dos jogadores, como é o caso do São Paulo F.C., mas a proposta foi negada pelos atletas. O clube permanece sem uma resposta sobre como equilibrará as suas finanças durante a pandemia.
O Flamengo é um dos clubes que ainda mantém os salários originais. O time carioca anunciou que vai garantir a integridade do salário durante três meses. O Coritiba também segue nessa linha.
Alguns clubes decidiram dar férias antecipadas aos jogadores e equipe técnica no mês de abril, como o Bahia, que ainda não definiu a questão salarial. O Botafogo também adotou a medida e decidiu não alterar os salários de seus jogadores por enquanto.
Campanhas conjuntas contra a pandemia
Alguns clubes de futebol vêm desenvolvendo ações para ajudar no combate à pandemia causada pelo coronavírus. Sob o lema “Contra a COVID-19, a torcida é única”, os principais clubes cariocas, Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo, organizaram uma arrecadação de fundos para o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz, uma das mais atuantes contra a pandemia no Brasil.
Santa Cruz, Sport e Náutico, o trio mais poderoso de Pernambucano, também se uniram para arrecadar fundos e fornecer materiais aos hospitais do estado. Com a campanha #ClássicoDoBem, os clubes arrecadaram dinheiro e doaram mais de oito mil máscaras e dois mil aventais médicos. O clube Fortaleza doou alimentos para duas instituições beneficentes na capital cearense.
Texto: Gear Seo