Com a pandemia do novo coronavírus, muitos estudantes trocaram as cadeiras da escola pelo sofá de casa. O calendário escolar não foi totalmente adiado em 2020, mas certamente ficou bastante desordenado.
A solução escolhida pelas escolas e universidades públicas e privadas tem sido as aulas a distância, on-line ou em vídeos gravados. Muitos alunos estão com dificuldade para aprender no novo modelo, por uma questão de adaptação.
Alguns sofrem com outra dificuldade: o acesso à Internet. É difícil pensar que, no mundo atual, tão tecnológico, existam pessoas que nem sequer possuem um celular. Porém, isso é mais comum que se pensa.
Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), cerca de 17% das pessoas não têm acesso à Internet no Brasil. Já, dos brasileiros que conseguem acessá-la, 97% utilizam-na apenas pelo smartphone.
Ou seja, muita gente não tem como entrar na Internet, e, mesmo que uma grande quantidade de pessoas consiga acessá-la, elas não possuem computadores. Além de tudo, certos estados do Brasil não estão tendo aulas a distância. Isso impacta na questão do aprendizado, pois, os estudantes não conseguem estudar como deveriam.
Enem 2020
Pensando nisso e no avanço do coronavírus no Brasil, que não deve acabar tão cedo, surgiu a hashtag #AdiaEnem. É uma tentativa de adiar as provas por seis meses, pois, do jeito que as coisas estão e do cenário apresentado, os mais pobres serão mais prejudicados.
Há pessoas que não sabem como vão fazer para se alimentar durante a pandemia. Logo, esse não é um cenário favorável para estudar. Os mais pobres não conseguem ter acesso nem ao auxílio emergencial disponibilizado pelo governo, justamente pela falta de Internet.
Por isso, alguns líderes de partidos pediram ao ministro da Educação, Abrahan Weintraub, que a prova fosse remarcada. O ministro, por sua vez, deixou claro que não vai mudar as datas agora, pois, a previsão é de que, em novembro, as coisas estejam melhores.
Mas o problema é imediato. Os estudantes menos favorecidos já estão sendo prejudicados e isso ficará ainda mais visível lá na frente, na hora das provas. Nessa reunião feita com os líderes de partidos e o ministro da Educação, ficou combinado de se retomar o assunto em agosto. Caso as coisas ainda caminhem mal, Weintraub irá considerar a mudança das datas.
Uma novidade para esse ano é o Enem Digital, que contemplará os primeiros 100 mil inscritos que escolherem essa opção. As provas nesta modalidade acontecerão em 22 e 29 de novembro. Contudo, não é uma solução para as pessoas que continuam sem acesso até para se inscrever no exame.
Benefícios e falhas da hashtag
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2020 está marcado para os dias 1 e 8 de novembro. As inscrições vão do dia 11 a 28 de maio e são feitas exclusivamente pelo site do Inep.
Esse exame é a maior forma que os estudantes e os indivíduos que já concluíram os estudos têm de entrar em uma universidade. Por meio da nota do Enem, é possível conseguir vagas em faculdades públicas e privadas, com o auxílio do Prouni.
Com o Sisu, ficam disponíveis vagas em universidades federais de todo o Brasil. Para cada curso, há uma nota de corte. Assim, o aluno precisa se enquadrar nessa pontuação para conseguir a vaga.
Em 2019, aconteceram alguns problemas na correção das provas. Quando os resultados foram revelados, em janeiro, alguns estudantes notaram erros, o que levou a uma nova correção e divulgação das notas.
Para que as provas aconteçam, ou não, em 2020, é necessário que todas as decisões sejam planejadas. Qualquer erro pode ser prejudicial para o futuro de muitos jovens que desejam ingressar no ensino superior.