Hoje em dia, existem muitas opções de planos e aparelhos que atendem às demandas e aos bolsos diversos. Quem tem mais de 18 anos, muito provavelmente, já fez uma pesquisa para contratar serviços de telefone móvel. A tendência é que isso continue crescendo.
Contudo, algo raro é ouvir dizer que alguém acabou de contratar um serviço de telefonia fixa. Ter uma linha de telefone exclusiva para casa é cada vez menos comum. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas um terço das residências no Brasil possuem telefone fixo.
A título de comparação, no Brasil, existem cerca de 228 milhões de linhas ativas de telefone celular, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Vale lembrar que a previsão do IBGE é de que o país encerre o ano com uma população de 210 milhões de habitantes. Ou seja, enquanto menos da metade dos habitantes nacionais têm telefones fixos, existem mais aparelhos celulares do que pessoas em nosso país.
Mudança de hábitos
Os telefones fixos já foram um item muito presente nos lares e nas empresas brasileiras. Antes de sua popularização, porém, ter um número para chamar de seu custava bem caro. Por isso, entre o seu lançamento e a sua popularização, os telefones residenciais e comerciais eram considerados um item de luxo para algumas classes sociais.
A questão é que o celular tornou-se um item praticamente indispensável na vida de quem tem uma rotina ativa. Isso porque, além de ligações, os smartphones são capazes de enviar mensagens de textos, tirar fotografias e gravar vídeos.
As ligações por si só também evoluíram. Hoje em dia, elas não precisam mais serem feitas por meio do número de telefone propriamente dito. Existem diversas maneiras de telefonar para alguém apenas com o uso da internet.
Aplicativos de mensagens e rede sociais têm a função de realizar ligações para amigos e contatos, de qualquer parte do mundo, utilizando um nome de usuário em vez do número do telefone.
Isso sem falar que, hoje em dia, as ligações de vídeo também são bastante comuns. A cereja do bolo são as videoconferências, chamadas em grupo, o que permite que, por exemplo, reuniões empresariais de maneira remota.
Dessa maneira, o telefone fixo foi ficando obsoleto com o tempo. Segundo dados da Anatel, nos últimos anos, foram feitos, pelo menos, 4,1 milhões de cancelamentos de linhas fixas no Brasil.
Nova geração de adultos
Além dos cancelamentos de quem, no passado, já teve um telefone fixo, existe uma geração de jovens adultos que nem sequer teve contato com isso desde que saiu das casas dos pais. O número de novas contratações do serviço entre os millennials é extremamente baixo.
Essa é uma geração que acompanhou a evolução da internet nas últimas duas décadas e, por esse motivo, está bem mais familiarizada com esse tipo de tecnologia, o que fortalece uma razão sociológica para esse fenômeno.
Isso porque, além de tudo, telefones fixos são meios de comunicação compartilhados. Dificilmente, uma criança ou um adolescente tem livre acesso a esse aparelho, mesmo os que viveram em momentos em que eles eram algo popular.
Em contrapartida, o conceito dos computadores pessoais e dos celulares sempre foi baseado em uma lógica privada e individual, o que faz com essa geração se identifique mais com esse tipo de aparelho e, consequentemente, os seus serviços de chamadas.
Outro fator importante é o preço. O custo-benefício de assinatura de um celular é bem mais baixo que o de um telefone fixo, o que torna essa decisão mais fácil de ser tomada por pessoas de todas as idades.
Em determinadas situações, porém, o telefone fixo ainda é mantido. Certas empresas ainda sentem a necessidade de ter uma linha tradicional, e mesmo algumas famílias têm apreço por um número que foi mantido ao longo dos anos. Além disso, no caso de idosos, esta pode ser uma forma mais prática de utilizar o telefone, já que eles não têm familiaridade com os celulares.
Texto: Gear Seo