A pandemia provocada pelo novo coronavírus trouxe inúmeros impactos sociais e econômicos. As Olimpíadas, evento esportivo mais importante do planeta, foram adiadas para 2021.
Com a impossibilidade de seguir os treinos como antes, atletas profissionais de todas as categorias enfrentaram inúmeras dificuldades e desafios para conseguir manter o condicionamento físico.
Alguns deles são o uso de máscara durante o esporte, o distanciamento social durante a prática, um maior risco de ter lesões e perder o preparo físico. Confira mais detalhes a seguir.
Perda de condicionamento físico
Uma das primeiras dificuldades enfrentadas por atletas de ponta foi manter o condicionamento físico mesmo com a impossibilidade de seguir treinando, sobretudo, esportes coletivos de bastante contato, como o handebol e o basquete.
Confinados e sem treinos constantes, os atletas tendem a estocar mais energia e gastar menos calorias, principalmente, se há o consumo de alimentos inadequados e altamente calóricos. Isso tem impactos como perda de massa muscular e acúmulo de gordura, que acabam sendo prejudiciais para a preparação física.
Risco de lesões
Outra dificuldade enfrentada desde o início da pandemia é o aumento do risco de lesões. Isso é causado em função da necessidade de distanciamento social e da interrupção dos treinos com a regularidade que tinham.
Nos primeiros meses da pandemia, os atletas que vinham se recuperando de lesões precisaram readaptar o tratamento, já que não era mais possível ter consultas presenciais com médicos e fisioterapeutas.
Para os atletas que estavam em boas condições físicas, a falta de treinos regulares pode provocar uma sobrecarga em ligamentos e músculos quando os exercícios forem retomados, o que aumenta o risco de lesões.
Por isso, especialistas da área apontam a necessidade de abandonar a pré-temporada e substituí-la por um período pós-COVID, a fim de dar tempo para uma adaptação gradual dos atletas ao dia a dia dos treinos.
Distúrbios de sono
Assim como o restante da população, boa parte dos atletas profissionais também apresentou maiores distúrbios de sono, associados aos problemas de saúde mental, como a ansiedade, a frustração, o medo do futuro e da contaminação, tanto em si próprio, quanto em familiares.
Estudos científicos já mostraram que uma boa qualidade de sono ajuda a tratar e prevenir lesões, existindo uma relação direta entre quantidade e boa condição do sono: quanto menos horas dormidas, maiores são as chances de desenvolver lesão. Isso faz com que alguns times de futebol profissional realizem programas de monitoramento do sono de seus atletas.
Danos financeiros e motivacionais
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Stanford, em parceria com a plataforma Strava, levantou os danos financeiros e motivacionais provocados pela pandemia na comunidade esportiva de alto rendimento.
Divulgado no mês de outubro, o estudo mostrou que 71% dos atletas pesquisados se preocupam fortemente em receber algum tipo de compensação financeira por suas atividades durante o período de restrições causadas pela COVID-19.
Outro dado alarmante é que 20% dos esportistas entrevistados relataram que a falta de motivação aparece como uma grande dificuldade para se exercitar. Enquanto apenas 3,9% dos atletas se sentiam desanimados em mais da metade dos dias da semana antes da pandemia, esse número subiu para 22,5% durante as restrições provocadas pelo novo coronavírus, ou seja, um aumento de quase 6 vezes.
A mesma pesquisa mostrou que 39,7% dos esportistas treinavam em equipe, pelo menos, uma vez da semana, número que caiu para 11,6% após a chegada do novo coronavírus — queda de 3,4 vezes.
A saúde mental tem um impacto decisivo sobre o rendimento de atletas profissionais, já que o estresse descontrolado diminui a capacidade do organismo em dar resposta imunológica e prejudica a habilidade de recuperação completa de exercícios intensos.
Texto: Gear Seo