Saiba agora como funciona a taxa de carregamento da previdência privada e como isso pode impactar o seu investimento de longo prazo e diminuir a sua rentabilidade.
Após a aprovação da Reforma da Previdência e com o aumento do desemprego e instabilidade financeira causados pela pandemia do novo coronavírus, diversas pessoas têm buscado informações sobre investimentos de longo prazo, como a previdência privada.
Afinal, é necessário ter uma espécie de garantia em caso de alguma crise e até mesmo pensar na aposentadoria desde já. Pois, muitas pessoas perceberam que contar apenas com o INSS pode significar um baixo salário na terceira idade e até dificuldades financeiras na velhice.
Contudo, para investir em uma previdência privada é importante entender sobre algumas taxas como:
- A taxa de carregamento na previdência;
- Taxa de administração do seu plano;
- Dentre outras tarifas.
Para te ajudar a compreender melhor essas cobranças, hoje iremos discorrer em detalhes sobre a taxa de carregamento. Confira tudo sobre o assunto e faça uma ótima escolha de investimento para a sua aposentadoria. Boa leitura!
O que é essa taxa de carregamento?
A taxa de carregamento nada mais é que uma cobrança feita ao usuário cada vez que ele movimenta o seu dinheiro do plano de previdência. Ou seja, para fazer aporte ou saque de algum valor, será cobrada uma tarifa sobre essa movimentação, independente do valor movimentado.
É importante salientar que essa taxa jamais incide sobre os juros de seu investimento. Ela ocorre apenas sobre os valores depositados e/ou sacados.
Segundo as operadoras e instituições que prestam esse tipo de serviço, essa taxa serve para:
- Arcar com serviços de corretagem;
- Cobrir obrigações administrativas.
Caso você esteja começando a planejar a sua aposentadoria privada, saiba que a operadora da previdência funciona como uma corretora.
Nesse sentido, ela irá colocar o seu dinheiro investido em um plano (como VGBL ou PGBL) em aplicações disponíveis no mercado financeiro.
Isso ocorre já que muitas pessoas têm medo de elas mesmas fazerem investimentos e perderem dinheiro. Ou mesmo, porque desconhecem as artimanhas do mercado e querem ter a praticidade de contar com uma empresa especializada no assunto.
Entenda melhor sobre esse tipo de taxa agora e quais são os tipos que existem no mercado nacional.
Quais os tipos de taxa de carregamento?
Confira os tipos de taxa de carregamento e como elas funcionam:
Taxa híbrida ou dupla
Os planos de previdência privada que têm a taxa híbrida, fazem a cobrança tanto de aporte do dinheiro quanto de saque de valores.
Ou seja, eles cobram a taxa de entrada e também a taxa de saída de quaisquer valores.
Taxa postecipada ou taxa de saída
O próprio nome já indica do que se trata. A taxa de saída é cobrada todas as vezes que ocorre algum saque de valor já aplicado na previdência.
Contudo, lembre-se que não há incidência de taxa sobre os juros, assim, só ocorre desconto sobre o valor de saque.
Taxa antecipada ou taxa de entrada
Sob o mesmo ponto de vista, a taxa de entrada incide apenas sobre valores depositados (investidos) na previdência privada. Ou seja, logo no valor de aporte será tributada à taxa de carregamento.
Exemplos para você entender:
- Taxa antecipada: uma pessoa que deposita R$1.000 e tem taxa de entrada de 3% sobre o aporte, terá depositado na previdência o valor efetivo de R$970,00. Afinal, 3% ou R$30,00 será de tributo;
- Taxa postecipada (com a mesma porcentagem de 3%): uma pessoa que saca R$1.000 mas tem R$1.500 na sua conta, receberá R$1.470. O cálculo é feito da seguinte forma: juros (sem cobrança R$500) + saque (R$1.000) – 3% da taxa (R$1.000 – 30 reais) = R$970,00 + R$500 que resulta em R$1.470 disponível para resgate;
- Taxa híbrida (simulação para valor de R$10.000): veja o cálculo detalhado:
Aporte de R$10.000,00;
Taxa antecipada: 3%
Valor investido: R$9700,00
Taxa postecipada: 3%
Valor disponível para saque: R$9409,00;
É possível não pagar essa taxa?
De antemão, saiba que a resposta é sim. Saiba que essa taxa chega a até 5% do valor em alguns planos de previdência.
Entretanto, essa não é uma taxa obrigatória. Inclusive, já temos no Brasil alguns planos que não fazem essa cobrança. Portanto, avalie se a sua corretora ou banco faz esse tipo de tarifação antes de iniciar seus investimentos na instituição.
Caso você já possua um plano de previdência privada e não quer mais pagar esse tipo de tarifa, é possível migrar o seu plano de banco ou corretora. Converse sobre o assunto com o gerente do banco para o qual você deseja fazer a portabilidade.
Como essa taxa afeta a minha rentabilidade?
Como você percebeu, a cobrança de taxa de carregamento pode ocasionar em perda de rentabilidade da sua previdência privada.
Afinal, qualquer cobrança que incida sobre o valor de aporte e/ou saque pode significar um bom dinheiro despendido no decorrer do seu investimento.
Confira um exemplo abaixo:
Se a taxa de carregamento antecipada de seu plano for de 1%, e você fizer aportes mensais de R$1.000, em um ano, serão R$120,00 para essa tarifa. Em 30 anos de investimento de longo prazo, você terá “gasto” com essa taxa em torno de R$3.600,00!
Desse modo, terá deixado de investir um bom dinheiro no seu futuro. Ou seja, quanto maiores forem as taxas de carregamento, menor será a sua rentabilidade.
Portanto, preste muita atenção a essas tarifas e faça as contas antes de iniciar seus investimentos para escolher aquele plano que mais se adequa às suas necessidades.